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sábado, 17 de setembro de 2016

LEONARDO GOMES: Transformando dor, suor e lágrimas em conquistas

Marcus Rezende

Mais uma vez a Escola de Taekwondo Highway One leva a seu dojan um ícone brasileiro do taekwondo para compartilhar com os praticantes da escola suas experiências como atleta. Dessa vez, Ricardo Andrade (diretor da Escola) convidou para participar da segunda edição do evento denominado “Projeto Grandes Nomes”, o peso-pesado Leonardo Gomes, bicampeão pan-americano (2004 e 2006), medalha de bronze nos Jogos Pan-americanos do Rio (2007) e campeão dos Jogos Mundiais Militares (2011).
Leonardo Gomes fala aos alunos da Escola de Taekwondo Highway One sobre sua vitoriosa carreira como atleta
Foram três horas e meia nas quais Leonardo pode contar um pouco de sua trajetória e passar algumas técnicas básicas de treinamento para o alto rendimento.
Leonardo falou sobre o início da carreira, do sonho de disputar uma olimpíada e destacou as amizades que fez nesse período dentro do taekwondo, sobretudo a que cultivou com o atleta Douglas Marcelino (na foto, o primeiro sentado à esquerda), a quem considera um irmão.

 Falou sobre as 23 competições internacionais que disputou e das 19 medalhas que ganhou. Contou o drama de algumas conquistas em meio a dor de sérias lesões no joelho, de todo o suor para manter-se em condições de luta e das lágrimas que nunca o deixaram desistir dos objetivos traçados. Dentre eles o de conquistar a medalha de bronze nos Jogos do Rio, quando fez a semifinal sem poder se sustentar em pé. Ele rompera o ligamento do joelho três meses antes do evento e, em vez de treinar taekwondo nesse período, teve de voltar-se totalmente para a parte física e fisioterápica. Revelou que conquistou o bronze sem conseguir articular a perna.


Na medalha de Ouro em 2011, nos Jogos Mundiais, novamente o joelho o traiu. Mas, dessa vez, além do talento, a sorte estava com ele. Leonardo fez a final com o ligamento do lado esquerdo comprometido. Na luta final desta competição, manteve-se atrás do placar de forma estratégica até os últimos cinco segundos. O adversário era o forte atleta do Iran, Sajjad Mardani. Leonardo relatou que manteve o combate um tanto travado, pois estava com o joelho muito comprometido e não queria que o iraniano implementasse um volume de luta muito intenso, pois poderia não aguentar. O iraniano ficou à frente do placar até o finalzinho do último round, quando o brasileiro desferiu um tolho tchagui com a perna de trás, que pegou em cheio no rosto de Mardani. A arbitragem não marcou os três pontos, porém, por insistência de Leonardo, o técnico Enoir Santos solicitou a revisão do movimento pelo vídeo replay. As imagens mostraram o impacto indubitável. Com a virada do placar em 5 x 3, Leonardo jogou com a regra. Ao reiniciar a luta, ele fingiu avançar e fez um movimento rápido para trás, complementando com uma corrida para fora da área de luta. Em seguida, o guerreiro voltou ao dojan batendo no peito porque já sabia que o Ouro era dele.

 Leonardo Gomes dos Santos levou aos praticantes da HO um exemplo de vida. O garoto que saiu de Goiânia para conquistar seu espaço dentro da Seleção Brasileira de Taekwondo, mostrou por meio de uma história de dignidade e honestidade o grande homem e atleta que se transformou.  

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Desembargador adia queda de Pinto para a próxima semana


 Marcus Rezende

A vida não está nada fácil para o presidente da Confederação Brasileira de Taekwondo, Carlos Pinto. Além de ter enfrentar o inquérito da Policia Federal e do Ministério Público, que apura crimes cometidos por ele à frente da entidade, chegou ao final, nesta quarta-feira, dia 14 de Setembro,  o processo impetrado pela Federação de Taekwondo de Minas Gerais, que corre na 3ª Câmara Cível do Rio de Janeiro.  A decisão, no entanto, ficou adiada para a próxima semana em razão de pedido de vistas do desembargador Mario Assis Gonçalves.

Neste processo, os advogados Juliano Tomé e Márcio Albuquerque pedem à Justiça, além da reintegração da federação mineira ao corpo de filiados da confederação, a anulação do estatuto aprovado fraudulentamente em 2011 e, consequentemente, todos os atos que decorreram por força dele, inclusive a própria eleição do atual presidente.

O advogado da FTEMG, Juliano Tome, fez a sustentação da acusação e demonstrou que nestes últimos cinco anos, a entidade fraudou auditoria e licitações, destacando os recursos públicos destinados à confederação que totalizam R$ 14 milhões. Dinheiro esse da Lei Agnelo Piva,  Petrobrás e Ministério dos Esportes.

Do lado da CBTKD estava o brilhante advogado Michel Assef Filho, o qual chegou a ser elogiado pelo relator do processo, desembargador Peterson Simão.
Porém, o magistrado disse que o caso em tela exige todo o rigor da lei. O erro começa na Assembleia de Novembro de 2011, quando o estatuto aprovado teria sido modificado e um outro texto registrado no início de 2012. 

Peterson disse também que Carlos Pinto, além de desrespeitar decisões judiciais realizou a assembleia de 2015 sem convidar os presidentes de Rondônia e São Paulo. Além disso, não achou ético que reunião de tamanha importância ocorresse dentro do escritório de advocacia que defende a CBTKD.

O relator definiu a vida de Pinto ao afirmar que ele não exerce mandato válido desde 2011 e que a Lei Pelé autoriza o afastamento dele e de toda a diretoria eleita na chapa “Estamos Juntos” ,  decidindo pelo pagamento de R$ 50 mil a Federação do Estado de Minas Gerais, nulidade da assembleia ocorrida em Novembro de 2015, o afastamento do presidente da confederação e a nomeação de interventores para assumir a entidade por um período de 90 dias.
Os interventores terão de elaborar o balanço contábil, convocar assembleia para a formulação de um novo estatuto e, posteriormente, reunir os presidentes das federações para novas eleições à presidência da entidade.

Na próxima semana, portanto, para decidir, além do voto do segundo desembargador, que pediu vistas do processo,  a desembargadora Renata Cotta também vai votar. A tendência é de que ela acompanhe o voto do relator, por posicionamentos passados desfavoráveis ao atual presidente.