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domingo, 11 de agosto de 2013

Fernandes: Não via, não ouvia, não falava...ACORDEI!

Marcus Rezende

Chega a ser divertido opinar sobre as intervenções do ilustríssimo presidente da Confederação Brasileira de Taekwondo, Carlos Fernandes, o dirigente taekwondista para cujas decisões administrativas com a utilização do dinheiro público advindo da Lei Piva florescem processos que o tornam suspeito de malversação destes recursos desde que assumiu o comando da confederação.
Mas isso é coisa para a Justiça resolver. Esta Justiça lenta que tarda, mas, mesmo que muitas vezes falhe, também nos surpreende com decisões que nos fazem acreditar que podemos ainda sonhar com A VERDADE DOS FATOS.
Porém o que me traz aqui é a participação do ilustríssimo em entrevista concedida ao site da entidade.
Com uma fotografia que demonstra bem o perfil de um sujeito que costuma olhar para o lado em vez de encarar a verdadeira realidade, Carlos Fernandes resolve abrir o coração e se pronunciar sobre os aspectos técnicos da CBTKD e também do que pensa a respeito de tudo o que é obrigação dele prezar. Mas que só agora quis dar luz.
Em sua entrevista pessoal, ele inicia dizendo que nunca interferiu no trabalho da Comissão Técnica, mas que está sempre de prontidão. Porém, a decisão final é dela. Seria interessante esse tipo posicionamento se os resultados fossem positivos para o Brasil.
Mas eu gostei mesmo quando ele repetiu o que venho particularmente defendendo desde 2002, e que exponho aqui neste blog desde que o criei: “O Ranking tem que valer mais para as posições de chaves e não para blindagem”. É ou não uma afirmação hilária, vinda de quem está à frente da CBTKD por todo este tempo? E complementa: “Na minha opinião tem que haver mais seletivas para conquistar as vagas para disputar as competições internacionais”. Meu Deus...É ele mesmo quem está dizendo isso?
Óó...Agora ele pensa dessa forma..? Estava dormindo? Não via o que se passava na seara técnica? Não tinha projeto para o taekwondo brasileiro? Acordou do sonho e resolveu expor a opinião? E mesmo pensando desta forma, não podia fazer nada, pois seus comandados pensavam diferente dele? Mas a pergunta que ele não respondeu: Esta Comissão vai continuar afundando o taekwondo brasileiro com o projeto de seleção única, que ocorre desde 2003 e que sempre blindou os atletas?
Quem lê a auto-entrevista do senhor presidente pode pensar que ele esteve, nesse período, em outro país, distante de tudo. E que ao chegar se deparou com uma seleção única para o ano todo, com um ranking definidor de quem vai ou não competir no final do ano para se manter blindado nesta seleção. E também descobriu que o Brasil já não faz seletivas para os campeonatos internacionais desde 2003. E que agora também está pensando em uma participação dos técnicos particulares.
É, senhor Carlos Fernandes, seria mais digno dizer que veio errando durante todo este período e que agora vai tentar fazer as coisas certas, as quais vem sendo clamadas faz muito tempo.

Mas a galera que o lê não é tão boba como pode parecer.