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sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Autonomia financeira é a saída para a CBTKD

Marcus Rezende


Eu estava assistindo ao vídeo produzido pelo site Pódio Brasil no qual os atletas Diogo Silva e Márcio Wenceslau relembram grandes feitos de suas carreiras e solicitam apoio aos praticantes de taekwondo do Brasil para poderem participar dos campeonatos internacionais abertos - já que os recursos da Petrobrás, para os dois, cessaram - e me entristeci com o fato de estarmos vivenciando mais uma vez o início do fim de mais uma geração de grandes atletas que dedicaram toda a vida ao esporte e ao país.
Isso porque inevitavelmente daqui a alguns anos ambos sairão do cenário competitivo e, seguindo a toada histórica, não terão sequer seus nomes lembrados pela entidade responsável pelo taekwondo brasileiro. Assim foi com Carlos Loddo, Jorge Gonçalves, Lúcio Aurélio, Alyson Yamaguti, Milton Iwama, Leonildes dos Santos, Márcio Eugênio, Carlos Costa, Walassi Ayres, Carmen Carolina e tantos outros brasileiros que peço perdão ter esquecido de citar.

Vítimas hoje do mesmo processo de blindagem que os mantiveram por anos soberanos em suas categorias de peso, Diogo e Márcio amargam agora a perda dos recursos públicos que os mantinham em condições de treinar e competir mundo afora.
Os homens da CBTKD, do COB e do Ministério dos Esportes em vista desta situação e de tantas outras semelhantes deveriam se envergonhar. A três anos das Olimpíadas, em vez de robustecerem com condições máximas de treinamento e participação nos circuitos internacionais todos os atletas, de todas as modalidades olímpicas, dão as costas e se omitem. Tratam do riscado como se nenhuma responsabilidade tivessem. Deixam o tempo passar para ressurgirem no OBA OBA da proximidade dos Jogos, no momento em que não haverá como recuperar o tempo perdido. Vão deixar o prato do pobre do atleta vazio para querer transbordá-lo com tudo o que ele não vai mais poder absorver.
É diante desse resumido exposto que só podemos chegar a uma conclusão: o sistema desportivo do país é feito para não dar certo, mesmo, haja vista por exemplo os caminhos privilegiados e antidemocráticos utilizados por um presidente com mandato para se manter no poder de uma entidade desportiva.


Portanto, para o taekwondo brasileiro só há uma saída: torcer para que diante de um sistema que não vai mudar tão cedo, alguém decente assuma a presidência e reestruture as finanças da entidade, criando condições de bancar seus atletas sem depender de recursos públicos. Mas não será com este grupo de amadores e incompetentes que iremos conseguir a tão sonhada autonomia.