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terça-feira, 31 de julho de 2012

Sem democracia no esporte não se pode pensar em medalhas olímpicas


Marcus Rezende

Não há como se pensar no desenvolvimento do esporte amador brasileiro sem que o sistema político desportivo passe por transformações significativas, como, por exemplo, uma profunda modificação no modo de se eleger o presidente de uma Confederação, para cujo êxito eleitoral atualmente basta a maioria simples dos votos de 27 presidentes de federações estaduais. Isto não é democrático e justo. O sistema brasileiro eletivo gera, na verdade, uma continuidade do subdesenvolvimento do desporto brasileiro, pois não é difícil entender que presidentes nacionais (dentro deste sistema) de tudo farão para se manter no poder, acabando por trabalhar (grosso modo) tão somente em prol dos interesses dos que possuem os votos.
Para o início de uma transformação, a legislação desportiva precisa mudar este ponto e inserir no sistema eletivo nacional as associações e clubes, para que um gestor nacional não se sinta tão pressionado por tão poucos eleitores. Podemos pegar como exemplo o que ocorre no taekwondo brasileiro. Alguns presidentes estaduais recebem cargos remunerados pagos por verba pública. Há imoralidade maior? Não seria isso entendido como uma compra subliminar de voto?
Não fosse desse jeito, o presidente poderia trabalhar realmente em prol de uma coletividade esportiva.
Este é o primeiro passo, na minha opinião, e primordial, à medida que o presidente nacional, trabalhando na direção dos clubes e associações estaria trabalhando, na verdade, com muita proximidade de treinadores, praticantes e atletas.
Dessa forma, poderia entender melhor as dificuldades por que passam os verdadeiros donos do espetáculo esportivo e trabalhar com mais acuidade em prol de projetos de fomento, de capacitação e empreendedorismo.
Assim, as ideias e ações voltadas para o desenvolvimento do esporte fluiriam. Estas entidades se fortaleceriam e poderiam crescer, pois saberiam da parcela de poder no cenário nacional. Os dirigentes de associações se sentiriam valorizados e com isso buscariam desenvolver as suas entidades.
Os recursos públicos e privados poderiam, em parte, migrar para estas células. O que vemos hoje são os recursos serem despejados exclusivamente nas confederações. E estas entidades, no mais das vezes, não sabem fazer uso adequado das verbas públicas. Consequentemente, por conta da falta de zelo e responsabilidade, acabam deixando de cair nas graças das empresas privadas.
Imagine tais receitas jorrando de forma descentralizada e fomentando o esporte em todos os cantos do país? À medida que associações fossem surgindo, automaticamente as entidades de administração regionais e nacional se tornariam mais democráticas e, aí, candidatos mais competentes surgiriam como opção para um colégio eleitoral mais amplo.

sábado, 28 de julho de 2012

Exemplo do Judô foi sugerido no final de 2010


Não é de hoje que a Confederação Brasileira de Taekwondo vem recebendo sugestões para colocar a entidade no rumo certo do esporte e implementar uma política condizente com os recursos públicos que estão sendo despejados nos cofres da entidade.
Quando Natalia Falavigna disse à imprensa (logo que desembarcou em Londres) que o taekwondo do Brasil deveria se espelhar no judô brasileiro e bater à porta deles para saber por que são tão bons, lembrei-me do que o mestre Ricardo Andrade, de Niterói, técnico da Seleção Brasileira Feminina de 1997 a 2003, sugeriu em Dezembro de 2010 à CBTKD, quando foi convidado para ser o supervisor da Seleção Brasileira.

Olimpíadas de Sidney 2000:  a atleta olímpica reserva Karina Couzemenco (E), Ricardo Andrade (supervisor do Vasco), Ney Maurício (educador físico) e Aparecida Santana, atleta de apoio (D). Grupo multidisciplinar da atleta Olímpica Carmen Carolina (ao centro)
  
Ricardo, que também é educador físico e pós-graduado em Treinamento Desportivo, disse que a primeira coisa que fez foi sugerir que a CBTKD usasse o exemplo de sucesso do judô. Reportou-se ao que vivenciara  nos anos em que esteve como Supervisor Técnico do Taekwondo do Vasco da Gama, quando interagiu com supervidores de diversos outros esportes.
   “Já que seria um trabalho respaldado por um aporte financeiro da Petrobrás, a ideia seria agendar uma reunião com o Prof. Ney Wilson (Coordenador Técnico da CBJ), para podermos conhecer os pormenores das estratégias e trazê-las para o taekwondo, já que a máxima em qualquer tipo de empreendimento é seguir modelos vencedores. Infelizmente nada fizeram nesse sentido, até porque, mais tarde, verifiquei que os objetivos eram outros e que nada tinham a ver com um trabalho sério, organizado e pautado por algum tipo de metodologia”, declarou Ricardo.

Você sabia:

No site http://sacarmazenagem.win14.f1.k8.com.br/guia2.asp?id=D, de Despachantes Aduaneiros, encontramos o nome do Coordenador de Eventos da CBTKD, Valdemir Medeiros como um dos diversos despachantes. Até aí nada de mais se não fosse o fato de o endereço e o telefone para contato com ele serem os da CBTKD. 
Não vou falar nada, cada leitor que tire suas próprias conclusões.


sexta-feira, 27 de julho de 2012

Tkdlivre vai recorrer ao STJ contra decisão do TJ gaúcho



Marcus Rezende

A condenação parcial sofrida pelo articulista do site Tkdlivre, José Afonso, pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (que o condenou ao pagamento de R$ 15 mil por ter extrapolado nas acusações feitas ao presidente da Federação Gaúcha de Taekwondo), provavelmente será reformada pelo Superior Tribunal de Justiça, o qual deverá acompanhar a decisão do juiz que deu ganho de causa ao articulista em primeira instância. E se lá não o for, o será no STF com absoluta certeza.
Os ministros do STJ devem ter um olhar diferenciado sobre o que foi escrito e deverão levar em conta, por exemplo, a súmula do STF sobre o assunto, redigido pelo Ministro Celso de Mello.
Vale lembrar que o ministro rejeitou em 2009 uma decisão tomada por desembargadores de Santa Catarina que condenara o jornalista Cláudio Humberto. E neste caso, o voto de Celso de Mello foi acompanhado por todos os Ministros.
O direito dos jornalistas de criticar pessoas públicas, quando motivado por razões de interesse coletivo, não pode ser confundido com abuso da liberdade de imprensa. Esse foi o fundamento do ministro Celso de Mello para rejeitar pedido de indenização do desembargador aposentado Francisco de Oliveira Filho, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, contra o jornalista Cláudio Humberto. O Ministro argumentou:
"A crítica que os meios de comunicação social dirigem às pessoas públicas, por mais dura e veemente que possa ser, deixa de sofrer, quanto ao seu concreto exercício, as limitações externas que ordinariamente resultam dos direitos de personalidade", explicou o Ministro, acrescentando que tal liberdade “assegura, a qualquer jornalista, o direito de expender crítica, ainda que desfavorável e mesmo que em tom contundente, contra quaisquer pessoas ou autoridades", e ainda frisou: “Não induz responsabilidade civil a publicação de matéria jornalística cujo conteúdo divulgue observações em caráter mordaz ou irônico ou, então, veicule opiniões em tom de crítica severa, dura ou até impiedosa, ainda mais se a pessoa a quem tais observações forem dirigidas ostentar a condição de figura pública, investida, ou não, de autoridade governamental, pois em tal contexto, a liberdade de crítica qualifica-se como verdadeira excludente anímica, apta a afastar o intuito doloso de ofender. (grifei).
O Ministro Celso de Mello ainda destaca que o “estado, inclusive seus Juízes e Tribunais não dispõe de poder algum sobre a palavra, sobre as ideias e sobre as convicções manifestadas pelos profissionais de imprensa”.
Isso é JURISPRUDÊNCIA.
Por isso acredito que a decisão do TJ do Rio Grande do Sul será reformada.
Vamos aguardar!


quinta-feira, 26 de julho de 2012

Federações de taekwondo há 30 anos sem entender o papel dentro do esporte e da arte marcial


Marcus Rezende

A Federação do Distrito Federal fará a sua seletiva para a escolha dos atletas que vão compor a seleção da federação (para a disputa do Campeonato Brasileiro), na próxima terça-feira a partir das 18h. O fato atípico está dando o que falar, pois alguns atletas estão indignados com a postura da entidade que, historicamente, sempre realizou suas competições nos finais de semana. Muitos estudam e trabalham e terão que optar por uma coisa ou outra.

 O caso acima é tão-somente um exemplo do que venho falando há12 anos sobre a situação anacrônica de formação de seleções estaduais para competições nacionais por federações (coisa de país e dirigentes atrasados). Isso está destruindo o taekwondo brasileiro. Será que não há um dirigente que possa abrir a boca e dizer que federação tem mais o que fazer do que ficar se preocupando em formar seleção do estado?
Parece que as federações vivem o ano inteiro no interesse de realizar etapas estaduais, formar uma seleção e viver o momento mágico de se tornar uma equipe e tentar conquistar o título. Aqueles três dias em que vão vestir atletas com o uniforme da entidade, vão escolher um técnico para cuidar deles (e na maioria dos casos obrigar que os atletas da seleção participem dos treinos que a federação programar, como se a entidade soubesse o que é melhor para aqueles atletas). Aí, nos dias do evento se reúnem com outros presidentes de federações para o que devem considerar uma grande festa. Sentam-se à mesa ornamentada e alguns devem se sentir as figuras mais importantes do taekwondo brasileiro, pois têm o poder sobre aquela seleção estadual, até mesmo para determinar, em alguns casos, que gritem em coro o nome do Estado enquanto um dos atletas está em combate.
Será que essa elite ainda não percebeu que o papel de uma federação não é esse, mas sim o de organizar e fomentar a modalidade no estado, mantendo-se quietinha em seu canto, quando ocorre uma competição? Veja o Brasileirão de Futebol. Onde estão as federações estaduais e seus presidentes? Nem são lembrados. Por quê? Porque a festa é para os clubes e jogadores. Da mesma forma teriam de ser o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil de taekwondo: disputados por academias, clubes e associações?
Aí vão dizer: mas os Opens e o Interclubes já fazem este papel. Aí eu digo: são competições de todas as faixas e categorias e os PRETAS são jogados no meio.
  O clube, a academia, associação, o treinador e o atleta querem ser campeões do CAMPEONATO BRASILEIRO e da COPA DO BRASIL.

Você sabia:

Que a CBTKD se reúne em Assembleia extraordinária nesta sexta-feira, 27/07, para discutir uma punição à Federação de Taekwondo de Minas Gerais por motivos não informado no edital? Alô, Minas Gerais, vamos acordar para hora do Brasil. Cadê o corpo jurídico da federação mais organizada do Brasil? Vocês têm que se mexer. Poderiam começar indo a imprensa local e apresentar o balancete 2011 da CBTKD e os recibos  que a FETEMG possui de pagamentos que não aparecem no balancete da confederação. Em tempos de olimpíadas, quem é que não quer exclusividade?

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Dois processos novos diretos do DF contra a CBTKD: mais de R$ 800 mil


A coisa não anda muito boa para o lado da CBTKD. Em meio a processos que batem à porta da entidade, alguns já sendo sentenciados, como o da Federação Pernambucana de Taekwondo Interestilos, há os que surgem com pedidos altíssimos de indenização.
Desta vez, vêm direto de Brasília e provavelmente sejam consequência do descaso no caso dos meninos da Seleção Juvenil, que ficaram de fora do Campeonato Mundial da categoria ocorrido em Abril deste ano, quando, de última hora, alguns atletas não tiveram a passagem paga pela entidade. Dois destes atletas são do Distrito Federal.
O primeiro processo, cujo pedido é de R$ 394.400,00, foi distribuído em 05/07/2012, sob o nº único: 0028598-72.2012.8.07.0001 e corre na 221ª Vara. O segundo corre na circunscrição de Taguatinga, na 205ª Vara, sob o nº único: 0015296-55.2012.8.07.007, distribuído em 24/05/2012. Este segundo é no valor de R$ 452.876,00, ambos por danos morais.

 Agora, cá pra nós, depois da jogada de Marketing com o grande Anderson Silva, só falta agora a entidade querer ir ao programa do Faustão, buscar uma aproximação e levar de presente ao apresentador um dobok personalizado com a logo da CBTKD e uma faixa preta personalizada, dentro de uma embalagem também personalizada. Quem sabe, à tira colo, levem umas duas crianças e mais um técnico também.
Ó lôco, meu!!!

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Associações e Clubes alijados do processo político nacional eternizam presidentes no poder

Marcus Rezende

As dificuldades por que passam os atletas brasileiros estão diretamente ligadas ao sistema político eletivo das entidades de administração, no qual as associações e clubes não participam do processo de escolha dos presidentes das confederações. Nestas Assembleias, somente votam no Chefe nacional os presidentes das federações estaduais.
De forma bem didática, a coisa é muito simples de compreender e totalmente demonstrativa de um processo amplamente antidemocrático e ditatorial. Não há como se falar em democracia no esporte se este sistema não for modificado, bem como não se pode esperar grandes avanços no aspecto técnico dos desportistas.
Desde sempre, por essas bandas, quando se pensa em criar uma entidade que cuide administrativamente de um esporte, o primeiro passo é a montagem de uma associação, ou melhor, três associações para que, em seguida, possa ser criada uma federação. Ou seja, o pretendente ao cargo de presidente desta federação, cria as três associações com pessoas de sua inteira confiança e se elege presidente estadual.
Seguindo a mesma toada, desenvolve o processo em outros estados brasileiros. Ao formar 3 federações, está criada aí a condição para a montagem de uma confederação nacional. Os 3 presidentes das 3 federações criadas, elegem aquele que vai cuidar do esporte nacionalmente. De posse do poder nacional, o presidente da confederação desportiva vai dando suporte para que outras pessoas formem federações em outros estados, até que se complete o número de 27 entidades estaduais, com 27 presidentes e, consequentemente, com 27 votos.
Agora me digam? Como este presidente nacional vai perder o poder, sabendo que para se eleger, basta conquistar 14 votos? Atualmente, com a quantidade de dinheiro público jorrando em direção às confederações, conquistar 14 amigos do peito, não é trabalho tão árduo.
Está é uma política desmoralizante e que não está acompanhando a evolução do esporte. Se pararmos, por exemplo, para olhar o nível dos dirigentes que cuidam do taekwondo nacional, verificaremos que nem tão cedo haverá luz no fim do túnel. Quando temos um presidente nacional que escolhe para treinadores da seleção nacional dois presidentes de federações, recebendo salários pagos por empresa pública, sem o menor constrangimento, percebemos o nível de comprometimento com a ética e a transparência.
Todo o dinheiro despejado nas confederações desportivas, com raras exceções, de nada vai valer se este sistema político eletivo não for modificado por meio de lei federal. Enquanto os clubes e associações estiverem alijados do processo de escolha dos presidentes das confederações, o esporte brasileiro vai continuar amargando resultados vergonhosos diante de nações muito menores que a nossa.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Federação Mundial de Taekwondo divulga chaves preliminares das Olimpíadas


Marcus Rezende

Fotos: esporte.uol.com.br /esportes.r7.com

Os caminhos para o pódio Olímpico dos brasileiros Diogo Silva e Natalia Falavigna já estão parcialmente traçados com a divulgação preliminar das chaves das lutas feita pela Federação Mundial de Taekwondo.
Diogo ficou em uma posição na qual, para chegar à final, terá de enfrentar na semifinal (se vencer as duas primeiras lutas) o excelente atleta iraniano Mohammad Bagheri, que, provavelmente, vai passar por seus adversários preliminares.
O alento do brasileiro está em saber que não terá pela frente (a não ser na final) o turco Servet Tazegul, o turco louco, favoritíssimo à medalha de Ouro. Da última vez que se enfrentaram, Diogo perdeu por 12 x 0.
Em vista do posicionamento de alguns dos atletas já relacionados nesta categoria até 68 kg, e fazendo uma análise do histórico de cada um deles, a final deverá ser entre o turco e o iraniano, cabendo ao brasileiro, lutar, na repescagem, por uma das medalhas de bronze.
Porém, antes disso, Diogo vai precisar vencer a primeira luta (que ainda será definida), bem como a segunda cujos adversários apenas um já se sabe quem poderá ser: o Jordaniano Mohammad Abulibdhe (perigosíssimo nos nerios tchaguis com ambas as pernas), que também espera pelo sorteio de quem irá enfrentar.
Já Natália Falavigna (que luta na categoria acima de 67 kg) também só encontrará a mexicana Maria Espinoza (Ouro em Pequim) se chegar à final. Porém, a primeira luta da brasileira ainda será definida. Entre as atletas que serão sorteadas, está a coreana In Jon Lee. Caso não seja ela (entre as oito atletas aleatórias), Natalia tem tudo para vencer e passar à segunda luta que será com a vencedora do confronto entre a francesa Anne Caroline Graffe e outra atleta também a ser sorteada (que pode também ser a mesma coreana). 
Graffe foi campeã Mundial em 2011 no peso acima de 73 Kg e foi chamada para o lugar de Gwladys Épangue (bicampeã mundial na categoria até 73 Kg), que se lesionou. Anne Caroline Graffe é uma atleta muito forte e que faz uso dos disparos vindos de trás, sobretudo com a perna direita. A francesa também faz muito bom uso dos socos no colete. Natalia, neste enfrentamento, poderá se prevalecer da velocidade e da maior diversidade técnica.
Vencendo Graffe, Natalia chega à semifinal, para enfrentar ou Nadin Dawani, da Jordânia, ou Wiam Dislam, do Marrocos, ou mesmo a coreana que poderá também ser sorteada a enfrentar uma das duas. Vamos torcer para que In Jon Lee caia do lado da mexicana.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Estatuto da CBTKD inviabiliza eleições


Marcus Rezende

O articulador do site Tklivre, José Afonso, preparou um material realmente perfeito e esclarecedor quanto as manobras perpetradas pelo presidente da CBTKD, Carlos Fernandes, quando em Novembro de 2011 aprovou em Assembleia Extraordinária modificações significativas no Estatuto Social da entidade.
José Afonso se detém em pontos cruciais e demonstra que, pelo texto deste estatuto draconiano, ninguém poderá concorrer ao cargo de presidente da confederação, nem mesmo o mentor intelectual dos artigos inconstitucionais, tantas foram as amarras para impedir a concorrência.
No texto, José Afonso relembra que a convocação para a AGE tinha proposito de modificações estatutárias a pedido do COB. Porém, o Comitê Olímpico Brasileiro (cá pra nós) não pediria que o presidente liderasse modificações inconstitucionais, tais como para ser candidato ao cargo de presidente, o sujeito precisar ter 40 anos. Absurdo, pois para ser Presidente da República basta ter 35 anos. Outra: só poder ocupar o cargo máximo da CBTKD se o sujeito for brasileiro nato. Se tivesse mais humildade, o gestor mor se consultaria com os grandes advogados (que seguram a onda desta gestão) e eles diriam ao preclaro provisório que a constituição brasileira expõe claramente quais são os cargos destinados a brasileiros natos.
Entre outras aberrações que o competente articulador do Tkdlivre expõe, está também um atentado ao código civil, quando decreta que convocações para Assembleias só podem ocorrer com consenso de 1/3 das 27 federações. O código civil diz que basta 1/5 para que se convoque associados de entidades de administração.
Mas se a Assembleia aprovou, né, pra que respeitar a constituição do país ou o código civil?
José Afonso ainda trata de outros itens absurdos. Vale a pena dar uma conferida no link abaixo.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Vai demorar um pouco, mas a democracia vai prevalecer

Um projeto de lei que visa limitar o mandato dos cartolas brasileiros está tramitando na Câmara dos Deputados. Ele é de autoria do deputado Magela (PT-DF) e tem como relator o deputado José Rocha (PR-BA), em cujo texto expõe que os dirigentes estão transformando seus mandatos em reinados. 
O projeto de lei será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça e depois seguirá para o Senado. Há também um outro projeto de lei sobre o mesmo tema que já vem tramitando no Senado e que deverá ser unificado ao de Magela. Ele é de autoria do senador Alfredo Citait (DEM/SP). Por ele, as entidades deixariam de receber verbas públicas se, à frente da entidade, o dirigente estiver por mais de quatro anos. 
 A Lei Pelé foi modificada recentemente. Porém quanto a questão de reeleições indefinidas não fez alterações, sob a alegação de que confederações, federações, clubes etc são sociedades civis e não podem sofrer interferência do Estado. Todavia, a argumentação junto à comunidade esportiva se apoia no fato de estas entidades serem subvencionadas por verbas públicas. Sendo assim, devem ter seus mandatos limitados e não perpétuos.
  Vamos aguardar os desdobramentos destes Projetos de Lei.



sábado, 7 de julho de 2012

México troca dois atletas para as Olimpíadas


Marcus Rezende  

Fotos: Fed.Mexicana/eluniversal.com/meiotiempo.com


 Para representar o México nas Olimpíadas de Londres, prevaleceu o critério do atleta mais bem preparado e em melhores condições técnicas no ano do evento. Dessa forma, Damian Villa (até 58 Kg) e Idulio Islas (até 68 kg), que conquistaram a vaga na seletiva panamericana, acabaram perdendo a condição de titulares do posto para Diego Garcia e Erick Osornio, respectivamente.
Segundo a imprensa mexicana, a troca dos atletas deveu-se a uma punição que ambos receberam por mau comportamento. Porem, o presidente da Federação Mexicana, Juan Manuel Lopez, em entrevista ao site Terra, afirmou que isso não existiu. Os dois foram substituídos por questões técnicas.
Bem, a única conclusão que se pode chegar é que no taekwondo do México não há privilégios. A vaga é de quem estiver melhor no momento. Bem diferente do que vem ocorrendo no Brasil há 10 anos, com seleções formadas em ano anterior para disputar todo o calendário do ano seguinte com a segurança de que não perderão a vaga.
Diego Garcia (esquerda) tem 22 anos e venceu este ano o Mundial Estudantil e a Federação Mexicana então resolveu apostar as fichas neste “azarão”. Dos quatro atletas, em minha opinião, só vejo chances de medalha em apenas um deles: Maria Espinoza. Os outros três vão encontrar pela frente adversário muito mais fortes.
Na categoria até 68Kg, a mesma do brasileiro Diogo Silva, quem estará representando o país também não será o vencedor da Seletiva panamericana, Idúlio Islas, mas sim Erick Osórnio (direita) que tentou a classificação na Seletiva Mundial ano passado e não obteve êxito. Ele perdeu para o iraniano Mohammed Bagheri por 4x 1 e disputou a última vaga com o brasileiro Diogo Silva. Diogo o venceu por 5 x 3 e se Erick cair na chave do brasileiro, creio que Diogo o vença de novo.
A mais leve da equipe é Janethe Alegria de 21 anos que vai lutar na categoria até 49 Kg. Iniciou na carreira competitiva em 2007. Foi medalha de ouro no aberto da Alemanha em 2009. No Mundial de 2011, na Coreia, não se saiu bem e o insucesso se repetiu na Seletiva Mundial para as Olimpíadas no mesmo ano. A vaga só ocorreu na classificatória panamericana. Esta atleta gosta de usar a perna da frente (esquerda). Possui boa movimentação, mas carece de domínio de algumas competências técnicas necessárias para se passar por atletas do calibre da chinesa Jingyu Wu, a espanhola Brigitte Yague e a chinesa taipei Chun Shun Yang.
As chances de medalha estão depositadas em Maria Espinoza, acima de 67 Kg. A sagitariana, de 24 anos, nascida em 29 de Novembro de 1988, começou a competir pelo país em 2003, quando venceu o Panamericano juvenil, no Rio de janeiro. Ela foi medalha de Ouro no Mundial de 2007 e nos Jogos Panamericanos do Rio, no mesmo ano, fazendo uma inesquecível final contra a brasileira Natalia Falavigna, vencendo-a na prorrogação, no Golden Point. Nas Olimpíadas de Pequim conquistou o auge da carreira com a Medalha de Ouro. Possui no currículo ainda oito títulos em campeonatos internacionais abertos. É favorita ao pódio e poderá cruzar o caminho de Natalia.
Espinoza não possui preferência quanto a base de posicionamento na hora do combate. Porém, utiliza muito mais a perna da frente em bandais (com uso de semipulos) e escoras.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

FALTA DE TRANSPARÊNCIA: Licitações da CBTKD sem publicação no site


A transparência da CBTKD no que se refere a gastos vultosos de dinheiro público realmente não existe, pois o tema licitação deve estar causando muita dor de cabeça aos gestores desta entidade. Então, é preferível que as coisas fiquem mesmo escondidinhas. No site da confederação não se vê nada (pelo menos até a postagem desta matéria) quanto aos gastos com dinheiro público.
O Ministério dos Esportes disponibilizou este ano para a CBTKD mais de R$ 3 milhões. Mas ninguém sabe disso, pois os gestores que se dizem arautos da transparência nada falam e nada publicam. Não deve ser assunto relevante, não é verdade? E o dinheiro já começou a ser usado.
Se você digitar no google Processo nº/ 003/2012 META 2 - Aquisição de equipamentos, vai ficar sabendo que a CBTKD abriu licitação para a compra de 60 laptops, 60 HD externos, 15 cabeamentos, 30 telas Leds de 42 polegadas, 60 filmadoras, 15 sistemas de áudio e de sons, 15 data-show, entre outros equipamentos adicionais.
Ora, fazendo um cálculo, percebe-se que estes equipamentos seriam destinados inicialmente a 15 federações. Seriam estes15 contemplados os fieis escudeiros desta malfadada gestão? Dois presidentes delas, por exemplo, Fernando Madureira (PR) e Alberto Jr. Maciel (AP), desde o ano passado recebem salários da Petrobrás como Treinadores da Seleção Brasileira, hoje de R$ 5.500,00.
A outra licitação está documentada no Processo n/ 004/2012 META 2 – Material para transporte. Trata-se da compra dos cases para transportar todo o equipamento da licitação anterior. São 27 cases, 90 x 40 e 1,50 x 40, ambos por um metro.
Os envelopes das duas licitações já foram entregues e vence quem apresentar o menor preço. Agora quem quiser todos os detalhes sobre as empresas concorrentes e, sobretudo, as que venceram podem solicitar à confederação por e-mail presidencia@cbtkd.com.br. que eles são obrigados a informar em no máximo 30 dias. Se não responderem podem ser denunciados à corregedoria do Tribunal de Contas da União por não cumprirem a Lei de Acesso a Informação.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Espanha vai brigar por duas medalhas de ouro


Marcus Rezende 

                                                                                                    Foto: site federação espanhola
                                                                                                                               Bonilla, Yague e Garcia na seletiva olímpica europeia

Quando se olha para o taekwondo espanhol temos a exata noção da desgraça do taekwondo brasileiro na mão de gente  que sequer sabe fazer um uso correto de um sistema de ranking.
Vamos aos números somente de dois atletas que estarão nas Olimpíadas: Joel Bonilla, de 22 anos e Brigitte Yague, 31.
O primeiro conquistou (em quatro anos) 15 medalhas. 12 delas de Ouro. Dentre os títulos, os campeonatos mundiais de 2009 e 2011. Brigitte, por sua vez, em 15 anos de carreira, subiu ao pódio 21 vezes, 14 delas ao lugar mais alto, com três títulos mundiais (2003, 2007 e 2009). Resumindo, somente estes dois atletas acumulam 36 medalhas.
Bonilla estará lutando na categoria até 58 kg e é um dos favoritos à medalha de ouro. Ele é muito alto para a categoria e sabe fazer uso de sua maior envergadura utilizando a perna da frente. Sabe bem os atalhos do colete eletrônico e, às vezes, em uma única ação de ataque ou contra-ataque, consegue ganhar dois pontos com chutes simples. Isso porque ao desferir o primeiro golpe, o sistema eletrônico do colete se abre como uma porta e, antes que ela se feche, ele executa rapidamente, sem muita força, outro golpe (aproveitando-se desta abertura), o que gera um novo ponto. Com a nova calibragem dos coletes, pode ser que encontre mais dificuldades nesta ação.
Brigite Yague (que luta no peso até 49 kg), por sua vez,  possui características enraizadas por uma época em que os pontos só saiam se os chutes fossem potentes e contundentes. Ela trabalha com a perna direita atrás e realiza disparos com enorme velocidade e força em bandais, que é o seu ponto forte. Mas também faz uso da perna da frente. Possui no cartel vitórias sobre todas as favoritas à medalha de Ouro, portanto, está entre elas.
O outro atleta espanhol que completa o time olímpico é Nicolas Garcia (até 80 kg), de 24 anos. O currículo dele é bem mais modesto (vice campeão juvenil europeu em 2005 e vice no Mundial de 2009). É um atleta que se caracteriza por chutes rápidos e diretos. Porém, vem fazendo uso das escoras em yop tchaguis com a perna direita, para disparos com a esquerda.
Pode ser até que consiga uma das duas medalhas de bronze. Mas em minha opinião, não chega ao pódio.

Dados extraídos do site Taekwondodata


domingo, 1 de julho de 2012

Justiça manda CBTKD chancelar Brazil Games

O Open organizado pela FETESP, o Brazil Games, vai valer pontos no ranking da CBTKD. Assim decidiu liminarmente a Justiça carioca. O furo está publicado em um artigo de José Afonso, articulista do site Tkdlivre.Caso a decisão não seja cumprida pela CBTKD, a justiça cobrará multa de R$ 5 mil por dia e ainda cancelará todo o sistema já computado até o momento.
Não podia se esperar outra coisa em resposta a este bando de amadores que comanda o taekwondo brasileiro. Criaram um sistema de ranking opressor, fora dos objetivos precípuos de posicionamento privilegiado, ao atleta que mais pontuou, nas chaves das competições. O sistema posto obriga o pobre do atleta brasileiro a correr Brasil afora atrás dos Opens, pois se classificam a tentar a vaga na Seleção aquele que conquistar mais pontos nestes campeonatos particulares. E o pobre do atleta acaba não podendo dispensar nenhuma delas.
E os caras do poder acham isso o máximo.