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quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Tempos da Inquisição na versão da nova CBTKD

Marcus Rezende


O que me deixa mais estupefacto não é o fato de o Presidente provisório da CBTKD, sr. Carlos Fernandes, sair desfiliando federações e respectivos presidentes; dirigentes e mestres independentes sem a autorização do STJD da entidade. Não! O que me deixa provisoriamente aflito é o fato de os punidos (por um conselho ilegítimo formado pelos presidentes das federações e amigos do altíssimo com procurações) nada fazerem para impedir esta situação. De não irem à Justiça cobrar todos os danos morais causados pela exposição das aberrações dos últimos dias. De não pedirem liminarmente à Justiça o desfazimento deste ato ilegal sem precedentes na história do esporte nacional.
Como pode um dirigente de uma entidade nacional criar uma legislação própria, desconsiderando a legislação desportiva que diz que qualquer penalidade de desfiliação de atletas, dirigentes, entidades, precede obrigatoriamente do crivo do STJD, orgão independente da CBTKD cuja função é justamente julgar e punir as infrações tanto de atletas, membros registrados e os próprios dirigentes? Jogou esta atribuição às costas dos presidentes das federações, alguns deles escandalosamente recebendo benesses (advindas da Lei Piva e do Ministério dos Esportes) e achando que estão fazendo a coisa correta.
A punição dos dirigentes Marcelino Barros (vice-presidente da Federação de Taekwondo de Minas Gerais) e de Yeo Jun Kim (Presidente da Federação de São Paulo), bem como a desfiliação das duas Federações (por meio de voto em Assembleias Ordinárias e Extraordinárias) é tão absurda que as consequências deste ato insano PODERIAM, e talvez possam, DETONAR a combalida gestão da CBTKD. Para isso, basta que os caras se mexam, ora.
É triste ver dirigentes de entidades tão significativas no cenário taekwondista brasileiro aceitarem passivamente o golpe ilegal e ficarem quietos e calados, sem ao menos gritarem à imprensa que há um ditador cometendo diversas ilegalidades no taekwondo brasileiro, rasgando as leis desportivas do país e se respaldando tão-somente no voto dos presidentes das federações, uns até detentores de cargo dentro da confederação, remunerado com dinheiro público.
De nada adianta demonstrar por meio do “you tube” que se tem força dentro do estado. É preciso mais contundência. Por exemplo: pegar os discípulos e um grupo grande de filiados, paramentados de dobok. Posicionar todos à porta de um grande jornal. Comunicar a outros órgãos de imprensa sobre a manifestação que irão fazer e mandar ver na denúncia do que está acontecendo nos bastidores do taekwondo brasileiro. Fazer cartazes em prol da legalidade desportiva. Fazer que a imprensa tenha de perguntar ao Rei: POR QUE isso? POR QUE aquilo? Ele terá de dizer que rasgou a lei e usou o estatuto da entidade e que o estatuto dele não precisa respeitar a lei maior.