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quinta-feira, 10 de maio de 2012

Voltando no tempo e relembrando os episódios que envolveram Rodrigo Ferla em 2005


   Um episódio que virou assunto dos debates da atualidade nos remete a 2005, ano em que a Seleção Brasileira de Taekwondo fora escolhida para o Mundial da Espanha por meio de critérios formalizados pela Comissão Técnica da CBTKD. Sobre este assunto, dois atletas recentemente tiveram os seus nomes envolvidos em polêmicas. De forma democrática, o blog abre espaço para que o atleta paranaense Rodrigo Ferla (foto) possa dar a sua versão do que ocorreu, quando, mesmo depois de vencer as lutas seletivas, teve seu nome preterido pela Comissão Técnica da confederação.
Segundo Ferla, em 2005, a Seleção Brasileira para o Mundial da Espanha já estava definida em quase todas as categorias, faltando somente três delas (até 54 Kg, até 62 Kg e até 72Kg). “Tivemos uma concentração em janeiro de 2005 em São Bernardo e nessa concentração ficou decidido que a definição seria na concentração de Março e quem decidiria isso seria o mestre Pan, pois ele era neutro e escolheria quem estivesse melhor”, conta Ferla.
Rodrigo, que era da categoria até 72 Kg, disse que a palavra desse técnico estrangeiro, favorável a escolha dele, não teria sido aceita. Entretanto, contou que Carlos Negrão lhe confidenciara a decisão tomada pelos membros em favor dele.
Rodrigo revela anda que faltando uma semana para o embarque, não haviam decidido o nome da categoria e que ainda fora submetido a um novo confronto com o atleta Carlos Costa, outro pretendente à vaga, em um dos treinos da manhã. “Todos ficaram espantados com a surpresa. Mas fizemos a seletiva e nessa luta ganhei por 15 x 11”, conta, assinalando que mesmo assim fora cortado. “Fui falar com o técnico e com o preparador físico que estava com a equipe e o que alegaram pra escolha foi que o critério de escolha foi o VO2. E mais: a diferença de VO2 era de 1%. E digo mais: qual é a interferência de VO2 para atletas de TKD às vésperas de uma competição?”, questiona Ferla.
O ex-atleta da Seleção lembra que no dia seguinte conversara com o vice-presidente técnico, Marcelino Soares, e que ele havia lhe dito que tomaria essa decisão. “Passamos a manhã inteira com todos os atletas, e a comissão técnica, reunidos e antes de ir pro almoço, ele falou pra mim que iria analisar todos os fatos e que no final da tarde decidiria a equipe sendo a palavra dele definitiva”, explicou, creditando a responsabilidade pelo corte sofrido ao ex-vice-presidente técnico da CBTKD.
Rodrigo acabou cortado. Segundo ele após uma avaliação negativa do seu VO2 (volume máximo de oxigênio que o corpo consegue “pegar” no ar que está dentro dos pulmões, levar até os tecidos através do sistema cariovascular e usar na produção de energia, numa unidade de tempo). “E essa com certeza foi minha maior tristeza, pois isso foi uma grande decepção e quase fez com que eu parasse de lutar, chegando a abandonar o Brasil e indo lutar em Portugal. Então pra quem escreve e não sabe dos fatos, ai está o que ocorreu”, finalizou.

Na próxima matéria estaremos colhendo depoimentos do ex-presidente técnico da CBTKD, Marcelino Barros, bem como do preparador físico à época, André DelRio, para entendermos, pela ótica deles, por que este fato ocorreu como narra Ferla.