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quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Analisando o resultado do Pan-Americano Juvenil

Marcus Rezende




Com todo o respeito à Comissão Técnica Juvenil da CBTKD, não posso deixar de fazer uma análise diferente e bem menos otimista em relação ao resultado da equipe brasileira juvenil que disputou o Pan-Americano da categoria neste mês de Outubro. O incentivo a estes jovens guerreiros (por meio de divulgação da imagem deles é bem positiva), porém não diminui o quão distantes tecnicamente estão de atletas mexicanos e norte-americanos, que arrebataram 18 medalhas de ouro das 20 possíveis.
Não conquistar nenhuma medalha de ouro neste campeonato das três Américas, dá à tese que há muito tempo defendo maior robustez. Continuo afirmando: atletas, sobretudo da categoria Juvenil, não merecem ter seus treinamentos (específicos, planejados e planilhados por seus treinadores) destruídos por conta dos confinamentos em locais distantes, por períodos inapropriados, para treinamentos ou campings. Estes jovens devem individualmente desenvolver, com o seu próprio treinador, a própria planilha de treinamento. A comissão técnica precisa entender que o acompanhamento é do treinador do atleta. Se realmente querem ajudar, não levem o jovem para longe de seu treinador, de sua família, de seus amigos, estudos etc. Agendem acompanhamentos e interajam com a equipe individual dele. Saiam da zona de conforto e viajem. Deem ao atleta e ao treinador o suporte logístico para melhor desenvolver o seu trabalho.
Eu vou além. O melhor mesmo seria pesquisar quantos jovens por este Brasil imenso são promessas do futuro, e não formar seleção juvenil antecipada. Trabalhem como olheiros, organizem competições abertas apenas para faixas-pretas desta categoria e facilitem a participação universal dos interessados.
No que tange definir a Seleção para as competições internacionais, pelo amor de Deus, usem seletivas próximas ao evento, pois jovens na idade de 14 e 15 anos, às vezes, em três ou quatro meses, se transformam fisicamente, ganhando peso e altura.
Em 2001, no Chile, quando o Brasil venceu o Pan-Americano de forma retumbante, nenhum atleta brasileiro se reuniu em campings ou treinamentos prolongados. Foram selecionados e partiram para a viagem. Todos os atletas trouxeram medalhas. Diversas medalhas foram de ouro.
O resultado deste Pan-Americano Juvenil deveria ligar o sinal de alerta merecedor de atenção diferenciada quanto à política atualmente em curso.

2 comentários:

Professor Pedro Lima disse...

oO sr. como um grande mestre deveria se informar melhor a respeito do pan de 2001. Busque saber sobre os EUA e o Canada, que não participaram, e sobre o México que foi com poucos atletas da terceira equipe jr. Nacional. Assim sendo a vitória brasileira não foi tão retumbante assim.

Marcus Rezende disse...

O gozado é que na época, meu nobre, fizeram questão de esconder isso que vc está dizendo. Não há, evidentemente, como saber se teríamos ou não medalhas de Ouro naquela edição. É lógico que sei que tais países não foram. Entretanto, dois anos depois, no Rio, com a participação de todos os grandes, procure ver quantos Ouros o Brasil levou. O problema é que por aqui a coisa degringolou e por lá a coisa evoluiu. Só isso.