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quinta-feira, 29 de julho de 2010

Mais Educação alça voo em Niterói

Quando o MEC lançou o Projeto Mais Educação, vislumbrando dar aos jovens estudantes da rede pública de ensino uma atividade desportiva e cultural dentro do próprio ambiente escolar, contemplou como uma dessas atividades o taekwondo. A CBTKD recebeu a idéia do MEC e um projeto criado pelo mestre Jadir Fialho (que desenvolve há anos um belo trabalho no subúrbio do Rio) o qual deveria ter servido de modelo. No entanto, burocratizaram o projeto e ele não saiu da intenção da CBTKD. Resultado: o Mais Educação para o taekwondo não vem acontecendo com a amplitude que deveria.

Todavia, em Niterói, o mestre Ricardo Andrade (foto), da Escola Highway One, sem precisar se apoiar em nenhuma entidade foi procurado pela direção do Colégio Estadual Guilherme Briggs para desenvolver o Taekwondo no Mais Educação. “Eles chegaram ao meu nome através de pesquisa e indicações pelo trabalho que realizo na cidade desde 1992”, explica.

Ricardo foi chamado para uma reunião, oportunidade em que tomou conhecimento do que estava disponível para o Taekwondo. “Temos à nossa disposição uma sala, com piso oficial, protetores tibiais, de ante-braço, de tórax e de cabeça, além de um saco de pancada”, ressalta o mestre, acrescentando ainda a verba para alimentação dos alunos e ajuda de custo aos instrutores da Escola HighwayOne.

São 150 alunos divididos em cinco turmas, com 30 alunos cada (número máximo permitido), bem como uma fila de espera, com outros alunos do colégio aguardando desistências para poderem se integrar ao projeto.

Em tempos de preparação para as Olimpíadas, a Confederação Brasileira de Taekwondo deveria se mirar no exemplo do mestre Ricardo Andrade e envidar todos os esforços para facilitar a entrada da modalidade dentro dos colégios. E olha que se isso ocorresse, o taekwondo do Brasil não teria instrutores suficientes para suprir a demanda.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Tentando ajudar o taekwondo do meu país

Marcus Rezende

Temos daqui até as Olimpíadas 6 anos para tentarmos de verdade disputar medalhas olímpicas. Isto porque para os Jogos de Londres, em minha opinião, somente a Natalia, atualmente, reúne atributos já solidificados.
Dos atletas de alto nível do país, Natalia é a única que vem pautando seu trabalho na certeza de que em 2012 novamente estará podendo repetir o feito de 2008.
Mesmo que já tardiamente, o Brasil ainda poderá ter chances em 2016 se começar o trabalho agora. As chances só existem porque teremos todas as categorias sem precisar disputar nenhuma seletiva classificatória, pois se isso fosse necessário, lamentavelmente os seis anos seriam poucos.
Se continuarem a pensar que o caminho está unicamente no trabalho junto às Seleções Juvenis, imaginando que esses meninos, e tão somente eles, é quem vão representar o Brasil, vamos amargar mais uma decepção. A receita para o que deve ser feito é simples. E não é invenção, é calcada em realidade.
Passos que considero importantes:
- A CBTKD tem que urgentemente criar uma campanha para aumentar o número de praticantes no Brasil. Isso é basal;
- Criar urgentemente um ranking objetivando a formação dos cabeças-de-chave em competições nacionais; é a chance do faixa-preta desconhecido e sem ranking ter a chance de lutar nas seletivas com atletas brasileiros conhecidos. O resultado disso é o indubitável ganho técnico desse atleta sem pontuação no ranking;
- O regulamento de ranking divulgado recentemente não atende totalmente às necessidades de balizamento dos principais nomes do Brasil. Precisariam, de imediato, no mínimo, juntar os resultados de 2009 e 2010 e já lançarem a pontuação que correrá em 2011. Isso dará orgulho aos atletas que já representaram o Brasil, colocando-os em posição de destaque nas chaves de todas as competições. Ou seja, é a certeza de que os principais atletas não vão se enfrentar de cara; é a certeza de que os atletas inexperientes lutarão com os melhores (seria a CBTKD proporcionando experiência internacional aos iniciantes dentro do próprio Brasil) Agora, se o ranking não for para determinar o posicionamento dos atletas nas chaves, esse ranking já vai nascer morto.
- Fim de uma Seleção para o ano inteiro. Um erro cavalar. Não entendo como continuam fazendo isso.
- Seletivas abertas para decidir as vagas para as competições internacionais (Etapa aberta e etapa fechada). Na aberta, em vez de dificultar a participação de agremiações e seus atletas, estimula-la e facilitá-la. Na fechada, com os 3 primeiros colocados da aberta, faze-la em forma de rodízio. A Competição aberta pode ser um Open tradicional, o Interclubes ou mesmo outra a fazer parte do calendário de todos os anos. A Fechada seria o evento para a televisão, pela certeza de grande lutas.
- O Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil, em hipótese alguma, poderiam ser seletivos. Isso seria a manutenção do que considero um dos grandes erros da CBTKD. Todavia, os vencedores ganhariam pontos no ranking nacional. É preciso convencer os presidentes das federações de que a função da entidade estadual não é a de formar seleções estaduais. Suas responsabilidades são outras. Como é difícil entenderem isso. Querem por que querem participar de uma festa que deve pertencer às equipes, aos treinadores do Brasil e aos atletas.
- Deixar que o atleta da Seleção Brasileira trabalhe com liberdade com o seu próprio grupo multidisciplinar, a exemplo do que faz Natalia Falavigna. Os técnicos da Seleção ficariam na incumbência de conhecer as características dos atletas, para ajuda-los na hora da competição internacional.
Medidas simples e eficazes que podem acontecer adicionadas a outras iniciativas.
É isso aí. Só tentando ajudar o taekwondo do meu país.