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terça-feira, 30 de junho de 2009

Morre o primeiro taekwondista do Brasil

Mestre Jung Roul Kim, no início dos anos 70, demonstra um tolho tchagui em Folgado


Marcus Rezende

Em 1969, Orides Stratis Alves, o “Folgado” (como todos o conheciam) começou a treinar com o mestre Jung Do Lim, em Cruz das Almas, na Bahia. Segundo Carlos Eduardo Loddo, o Caroço, estudioso da história do taekwondo e grande campeão dos anos 80, Folgado talvez tenha sido o primeiro praticante de taekwondo do Brasil, conforme depoimento no site TkdLivre.
Inicialmente essa figura simples e simpática era conhecida por servir de modelo às fotografias tiradas pelo grão-mestre Jung Roul Kim. Fotos estas que foram reproduzidas em pôsteres e publicadas em diversas revistas de artes marciais na década de 70. E nas fotos era sempre ele a observar mais de perto os pontapés do mestre Kim.
Somente nos anos 80 é que Folgado apareceu para o Brasil. Tive a oportunidade de conhece-lo em 1987 na academia do mestre Kim. Treinamos juntos. Ele, com um jeito de lutar, elevando a perna da frente, e totalmente fechado, dificultava muito as entradas e, apesar de uma idade bem mais avançada que a minha, bloqueava com o joelho e estendia a perna em Yop Tchagui com precisão. Às vezes mantinha a distância e fazia movimentos de step precisos. Quem treinou com Folgado também foi Carlos Fernandes, atual presidente da FTKDERJ e que foi um grande vencedor de contendas nacionais na segunda metade da década de 80. Ele disse que em 1987, no treinamento da Seleção Brasileira que se preparava para os Jogos Pan-Americanos, fez uma luta com Folgado e chegou a se irritar com certa dificuldade encontrada por conta da noção de distância e steps precisos demonstrados.
No último dia 19 de junho, um atropelamento ceifou a vida desse andarilho do taekwondo.
Que a história desta arte marcial tenha um pequeno espaço para Folgado ser lembrado.

sábado, 20 de junho de 2009

O forte interior paulista diante do anacronismo do taekwondo brasileiro

Foto: site MasTaekwondo Brazilian TKD Team, da cidade de Piracicaba, treinada por Frederico Mitooka (último à direita), Cláudio Aranda (preparador físico - ao lado) e supervisionada por Fernando Madureira (à esquerda

Marcus Rezende

Queiram ou não, há uma nova realidade surgindo no país e que vem do interior de São Paulo. E esta nova realidade deve começar a dar a tônica de onde virá o real desenvolvimento do taekwondo brasileiro. Quem não acompanhar esta realidade, vai ficar para trás.
Falo do apoio de prefeituras do interior de São Paulo e empresas à formação de equipes de alto rendimento, como, por exemplo, a Brazilian taekwondo Team, da cidade de Piracicaba.
Da mesma forma o São Caetano e São Bernardo do Campo, entre outras cidades paulistas. Os melhores lutadores do Brasil estão nestas equipes.
Daí é certo afirmar que o Campeonato Brasileiro por federações já perdeu o sentido. Logo, logo, estas equipes vão estar pressionando a CBTKD a mudar o atual sistema. Desde o ano 2000 que venho alertando para o anacronismo de se manter competições nacionais por federações. Isso não acrescenta nada para o taekwondo nacional, a não ser massagear o ego de presidentes de federações e técnicos por eles indicados. Além disso: é financeiramente inviável, quando a federação arca com responsabilidades de transporte, alimentação e estadia. As entidades estaduais teimam em querer treinar as equipes estaduais para representa-las, quando isso cabe, na verdade, ao treinador de cada atleta. A missão de uma federação é outra: fomentar o esporte. O brasileiro por federações (em todos os níveis) parece ser o regozijo somente de dirigentes, que utilizam o evento para se mostrarem importantes nos Congressos Técnicos e nos cerimoniais enfadonhos.
À medida que estas equipes do interior de São Paulo se fortalecem, surge a pressão automática para que essas agremiações não fiquem restritas aos campeonatos de São Paulo. Aqueles que investem nessas equipes querem projeção e status nacionais.
Tal pressão eu senti na pele, em 2001, quando era técnico do Vasco da Gama. Os dirigentes não entendiam o por que de o Vasco não poder disputar nacionalmente e riam do sistema competitivo do taekwondo.
Os Jogos do Interior de São Paulo estão se tornando a principal competição nacional. Por mais que os presidentes de federações façam pressão para que Campeonato Brasileiro por Federações seja seletiva para eventos internacionais, tal anacronismo não se sustenta mais e o taekwondo brasileiro ainda vem sobrevivendo competitivamente perante outros países por conta do trabalho isolado dessas equipes. Mas a falta de política nacional, em torno do alto rendimento, está deixando o Brasil pra trás

quinta-feira, 11 de junho de 2009

CBTKD: nova administração e velhos erros


Foto (site Mastaekwondo): À frente (E) Douglas Marcelino, o técnico Fernando Madureira e Fernanda Souza. Em cima, Diogo Silva (E), com novo visual, e Michael Silva
Marcus Rezende
Queremos elogiar inicialmenet o excelente trabalho jornalístico realizado pelo site mastaekwondo que nos dá condições de fazer o seguinte comentário:
Ao nos depararmos com as fotos da Seleção Brasileira, em Baku, Azerbaijão, para a disputa da I Copa do Mundo por equipes, verificamos que os atletas continuam a fazer propaganda gratuita da Olympikus, utilizando o uniforme do COB.
Eu fico aqui a pensar: será que com R$ 1 milhão não dá para fazer um uniforme próprio para a equipe? É importante ressaltar que atletas e Comissão técnica nada tem a ver com isso. Eles usam o que lhes é imposto pela entidade. Na Assembléia Geral Ordinária, em março de 2008, pude fazer uso da palavra e criticar essa sistuação bizarra. Expliquei aos presentes o que todos já deveriam estar carecas de saber: uniforme do COB, somente se utiliza em Jogos (Olímpicos, Pan-Americanos, Sul-Americanos, Lusofonia), ocasião em que diversas outras modalidades também estão envolvidas. Fora isso, Campeonato Mundial, Copa do Mundo, Campeonato Pan-Americano e outros torneios internacionais, o uniforme tem que ser próprio, com ou sem patrocinador.
Isso que estou falando é algo básico dentro de uma administração desportiva.
FÁBIO GOULART, PELO AMOR DE DEUS, EXIJA DO SENHOR VALDEMIR MEDEIROS (GERENTE DE ESPORTES) A CONFECÇÃO DE UM UNIFORME PARA A EQUIPE.